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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Columbus Hungry Turkey Half Marathon

Neste domingo que passou foi mais um dia de pôr pernas à prova. A prova era a meia maratona que se realiza em Columbus após o dia de acção de graças.

Andava com esta na mira e preparei-me para ela. Antes do dia da prova fui ver como chegar à partida de autocarro de modo a ir não ter de me cansar desnecessariamente de bicicleta. Ora chega o dia da prova e perco não um mas dois autocarros! Lá tive de dar corda aos pedais para chegar à meta antes da hora de partida.

5 minutos para tentar desentorpecer as pernas e estava na hora de ir dar no osso. Partida dada e forma-se um grupo de 7 ou 8 atletas na frente da corrida. Lá fomos seguindo juntos e variando quem ia na frente a puxar. Com o decorrer dos km o grupo começou a encolher até que já ficámos apenas 5 na frente.

A prova não era propriamente difícil, mas tinha muitas secções de sobe e desce curto que são sempre chatas para manter um ritmo constante e na maior parte do percurso o vento apanha-nos de frente. Até aos 5 kms apesar de estar solto sentia as pernas mais presas do que o desejado (andar de bicicleta antes de correr faz-me isto), mas lá me ia arranjando.

Entre os 8 e os 12 km tive uma ligeira quebra, cerca de 3/4 segundos por km que bastaram para ficar em terra de ninguém com 3 atletas na minha frente. Depois dos 12 km foi como se a quebra tivesse desaparecido e estava novamente "como novo".

A prova ia continuando a diferença para os da frente ficou estabilizada naqueles poucos segundos. Nos últimos 3 km tentei forçar um pouco o andamento mas já não havia pernas para mais.

A meta estava cada vez mais próxima e restava-me tentar dar o máximo para ver se consegui fazer um novo recorde pessoal na distância. Acabei por chegar ao fim com 1:19:04 o que dava um ritmo médio de 3:45 / km e novo recorde pessoal à meia maratona. Em termos de classificação deu para quarto da geral e segundo no escalão.

Não fosse ter gasto energias desnecessárias na ida de bicicleta e acho que ainda era capaz de tirar mais uns valentes segundos... Mas, pronto, no próximo sábado irei tentar vingar-me num percurso semelhante.

Desde o início da época já fiz 3 meias maratonas e a progressão tem sido evidente: 1:30:32, 1:24:19 e agora 1:19:04. Pelo menos o planeamento dos treino parece a andar correr bem. Não tenho abusado em quilometragem excessiva, regra geral faço um dia de descanso por semana e os treinos de pista tem sido com aposta mais no volume do que propriamente na velocidade. Vamos a ver onde isto pode chegar!

Até à próxima, bons treinos e melhores corridas! :)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Buckeye Classic 10K

Venha finalmente um relato de prova a tempo e horas!

No passado domingo fui fazer a "Buckeye Classic 10K" e quando andava a escolher a prova basicamente  que vi foi a parte do "Classic". Pensei algo do género: bom se é uma prova clássica isto deve ser mais ou menos plano e ficou assim decidido participar nesta corrida.

Nas últimas semanas tenho-me andado a sentir bem e pensava que seria uma boa prova para tentar aproximar-me do meu melhor tempo aos 10 km. Os treinos andavam a sair bem, a semana antes da prova um pouco mais ligeira que o normal e 2 dias antes fui ver mais detalhes sobre a mesma.

Quando fui ver a altimetria pensei que devia haver algum problema de escala pois havia muita coisa para subir, mas tudo aqui à volta é do mais plano possível. Por outro lado, um pouco mais abaixo havia uma informação a dizer que esta prova era a mais complicada daquelas oferecida pela empresa. Bom, nada de alarmar, aquilo deve ser porque aqui a malta não está habituada a fazer provas com subidas. Outro pormenor a corrida seria toda feita pelo meio de um parque florestal...

Chegado domingo lá fui para a prova com o meu colega de casa. Estavam uns agradáveis 2 graus pelo que depois de ir buscar o dorsal foi tempo de começar a fazer o aquecimento.
Parecendo que não, estava frio...
Aquecimento feito e siga para a linha de partida ouvir o hino e esperar pela o início da prova. Partida dada e fui para a frente da corrida com 4 ou 5 atletas atrás de mim. Não sabia o que me esperava na prova pelo que fui para um ritmo forte e depois logo se via o que acontecia.

Quando começamos a entrar pela floresta vão começando a aparecer as subidas e o grupo vai ficando mais pequeno. Aos cerca de 2 km a primeira surpresa uma data de escadas para subir... A transição para ritmo alto aqui custou, possivelmente devido ao tipo de movimento que é necessário fazer em subida de escadas e correr, mas ainda assim seguia confortável na frente com 2 atletas colados a mim.

Sobe aqui e desce além e começo a sentir o pé esquerdo a ficar muito à solta dentro do ténis... A medida que a prova vai decorrer isto vai-se agravando e já estava a passar muito tempo a tentar que o pé não fugisse, pelo que tive de escolher um sítio para parar e apertar o atacador. Dei dois esticões em duas subidas e vi que houve alguma dificuldade dos outros atletas reagirem pelo que decidi fazer a paragem numa subida onde havia um banco para colocar o pé. Como tinha as mãos todas atrofiadas do frio o processo de apertar os atacadores tornou-se mais complicado que o inicialmente previsto.

Depois de finalmente apertados lá segui em perseguição dos da frente que tinha uma vantagem de cerca 20 segundos de mim agora e logo atrás de mim já havia malta a aproximar-se. No km seguinte tentei forçar um pouco o ritmo e reduzi a diferença para cerca de 10 segundos, mas foi aí que os da frente começaram a trabalhar em conjunto para não perderem muito tempo. Isto andou assim até ao últimos 500 metros de prova onde um dos atletas da frente encostou para o lado. Só depois de terminada a corrida é que percebi o motivo: ele estava a ajudar o outro atleta a manter o ritmo durante a prova...
Em busca dos da frente.
Acabei por chegar em segundo lugar da geral com os cerca de 10 segundos de diferença e depois o atleta que ganhou até me veio conformar pelo azar de ter um atacador desapertado. Mas é para eu aprender que já tenho idade suficiente para saber atar os ténis.
Uma lembrança gira.
Obviamente que o tempo ficou longe daquilo que eu queria se fosse uma prova de estrada, mas tendo em conta que acabou por ser uma prova de trail com com muito sobe e desce pronunciado uma média de 3:55 para os 10 km até que nem podem ser considerados um mau resultado.

Agora é continuar a treinar para escolher uma prova decente para ver se é possível atacar algum dos meus melhores tempos aos 10 km ou meia maratona.

Até à próxima, bons treinos e melhores corridas! :)


domingo, 23 de outubro de 2016

Brokeman's half marathon

Lá vem mais um relato de uma corrida com umas semanitas de atraso...

No passado dia 2 de Outubro fui fazer mais uma sessão de teste para ver como as pernas têm andado a responder aos treinos, mas as ainda antes de entrar na prova e nas confusões dentro dela houve outras ainda antes da partida que têm de ser reportadas.

Ora 2 dias antes da prova depois de um treino mais rápido senti um incómodo na zona da virilha e decidi abrandar um pouco para ver como evoluia a situação até ao dia da prova. Apesar das melhorias ainda sentia algum incómodo pelo que depois de chegar à prova perguntei se podia alterar a minha participação para a distância mais pequena:  14.5 km (que pensei que fossem apenas 9).

Disseram que podia fazer isso e que ia começar no grupo que arrancava 5 minutos depois da meia maratona e que no final bastava avisar ao pessoal da linha de chegada que tinha havido uma alteração.

Aproveitando o facto de já vir meio quente por fazer o percurso até à prova de bicicleta dei mais umas corridas e esperei o início da minha prova.

Dada a partida isolei-me com outro atleta e lá começámos o 1º km a ritmo bem mais rápido daquilo que eu inicialmente pretendia (na casa dos 3:30 / km). Depois de 2 segundos de hesitação deixei-o ir para a frente e eventualmente o ritmo baixou ligeiramente comigo sempre a cerca de 20/30 metros dele. Entretanto, começámos a apanhar o pessoal da meia-maratona e ao berros para nos darem um caminho porque o percurso era estreito e toda a gente se dispunha ao longo da estrada. Até aos cerca de 5 km foi sempre a ultrapassar malta da meia (cada vez mais espaçada) e sempre com o outro atleta em ponto de mira.

O percurso não era particularmente díficil mas tinha alguns ligeiros sobes e descer que iam massacrando as pernas. Além disso na zona onde eu treino é do mais plano possível e sempre que há alguma subida em provas isso reflecte-se na dificuldade em manter o ritmo...

A prova foi decorrendo e aos 10 km ainda íamos ultrapassando alguns atletas da meia maratona, mas nunca mais vinha o ponto de retorno para regresso à meta. Ao 12 km vou ver o mapa do GPS para ver se a volta que estamos a dar iria desembocar na meta (algo que apesar da minha pouca habilidade para me situar me parecia que não iria suceder). Logo ali confirmei que não, estávamos muito longe da meta e que íamos mesmo fazer a meia-maratona. No ponto de viragem da meia eu e o outro atleta ficámos parados a perguntar onde era o retorno da prova mais pequena ao qual nos responderam que era muito mais lá para trás (óbvio!).  De dizer uma asneiras fomos os 2 já em ritmo de descompressão (vá para 4:10 / km) fazer os últimos 6 na palheta e a ver onde poderíamos ter falhado o sinal.

Lá acabámos por encontrar o sinal que dizia onde se fazia o retorno, comigo a assegurar que eu tinha a certeza que o sinal não estava lá quando nós passámos. No fim da prova lá chegou a confirmação que só puseram o sinal depois de nós passarmos pois vínhamos muito rápido e pensaram que estavámos a fazer a meia maratona... :)

Ainda que já em modo de quem não quer saber muito do resultado disto lá acabou por ultrapassar mais 2 atletas e terminar a prova. No final deu para baixar cerca de 6 minutos em relação ao tempo da Movie Madness Half Marathon com a condicionante que os últimos 6 kms foram feitos quase na tanga.

Depois de corrigidos os tempos da meia maratona dava-me um 3º lugar, com o segundo perto e que daria para o apanhar caso tivesse efectivamente arrancado na altura certa... Bom, não foi mau, nem foi super óptimo, mas é mais um passo de evolução.

Agora irei fazer mais um teste, mas desta vez aos 10 km. Espero que tenha companhia para poder esticar um pouco no ritmo.

Até à próxima bons treinos e melhores corridas :)


domingo, 25 de setembro de 2016

Movie Madness Half Marathon

Vem tarde mas sempre chega.

No passado dia sábado dia 10 foi dia de fazer a minha primeira prova da temporada: uma meia maratona. Com cerca de 1 mês de treinos em cima muito à base de corrida contínua sem grandes maluquices em termos de ritmos nos treinos queria ver como estavam as pernas para este esforço mais longo.

Primeiro a aventura começou em como chegar à prova. Agora na cidade onde estou nos Estados Unidos é tudo feito para as pessoas andarem de carro, por isso transportes públicos esqueçam. Um percurso de 15 km iria demora cerca de 2 horas e meia a fazer e com cerca de 5 km a pé… A minha sorte foi que o meu colega de casa me decidiu dar boleia.

Depois de um aquecimento ligeiro fui para a linha de partida. Não havia muita gente na prova e os meus objetivos passavam fazer a prova para ritmo de 4:00 até aos 15 km e depois logo se via. Partida dada e ao fim de 200 metros estou na frente da prova no encalço da bicicleta que vai marcado o caminho. Os primeiros 5 km correram dentro do previsto, passagem quase certinha com 20:00, o problema vinha a seguir. Assim que acabam este primeiro segmento onde temos muitas árvores a proteger vamos uma zona totalmente descoberta e aí veio o vento. E que senhor vento! Os próximos cerca de 6 km eram numa zona por cima de uma barragem e aí o vento era de tal forma intenso que quando dei por mim estava a andar meio de lado num esforço brutal para manter um ritmo próximo dos 4:20/4:30. Com tudo isto a passagem ao 10 km já vinha com um pouco mais de 1 minuto de atrasado. No entanto, continuava na frente da corrida e depois de regresso à zona protegida (o percurso era constituído por 2 volta idênticas) foi ver a diferença de andamento e esforço: assim que deixou de haver vento foi rolar fácil para o ritmo pretendido.

Daí para a frente não houve mais grande história, foi sofrer nos longos quilómetros por cima da barragem e esperar por chegar à meta.

No final o tempo ficou longe daquilo que tinha sido previsto, mas foi o suficiente para vencer a prova por larga vantagem! E isso já não é mau :)



Agora para a semana vou fazer novamente um teste semelhante onde já espero ter companhia para puxar um bocado pelo corpo, pois os treinos têm andado a sair bem.


Até à próxima, bons treinos e melhores corridas!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Pré-época na montanha

Quando uma pessoa está de férias no meio da serra com todo o tempo para dormir e treinar à vontade o que é que faz? Uns treinos jeitosos!

Aproveitando o facto de ter estado no norte do país aproveitei para fazer uns treinos a subir as montanhas aqui do sítio. Aqui vão alguns exemplos:

50' em sobe e desce
Montanha + Trail 


Corrida contínua


Foram dos treinos que mais gozo me deram a fazer, mas também os puxaram mais por mim, dado o desnível existente.

Amanhã é dia de testar as pernas para ver como elas estão a reagir aos treinos das últimas semanas!

Até à próxima, bons treinos e melhores corridas :)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dirty... Parte II

Bem depois da primeira parte da secção "Dirty" vem agora a sua continuação.

Como tinha dito no post anterior quando cheguei aqui ao Canadá andei a ver se havia alguma prova que eu pudesse encaixar no tempo que cá estava com duas condicionantes: os meus treinos andavam a ser feitos com pouca intensidade (apenas um treino mais ou menos rápido por semana) e pouco ou nada havia de treinos longos (sendo que desde o recomeço depois da lesão o treino mais longo tinha sido de 19 km sem forçar).

Ora tudo muito bem encaminhado para ter dado por terminada a época de provas após a Dirty Dash quando recebo no facebook uma mensagem do Dave Rutherford a dizer que tinha alterado uma prova de ultra running dele e que me poderia dar boleia para essa mesma prova mas num formato de menor extensão.

Fui investigar e vi que esse formato menos eram 32 km em trail. Lembram-se de eu ter dito que o treino mais longo tinha sido de 19 km certo? O que é que uma pessoa deve dizer nessas situações? Não obrigado e fica para a próxima. O que é que o menino aqui disse? Claro que vou! O que é que pode correr mal?

Com menos de uma semana para me "preparar" em que consistiu o meu menu de treinos da semana? Simplesmente rodar devagar para tentar chegar à prova com a energia reposta. Sabia que o mais provável era que ficasse sem pernas a meio da mesma, mas a verdade é que depois do tal treino de 19 km (que passou por zonas com muitas subidas) deveria chegar até aos 20 e poucos kms sem grandes dificuldades. Daí para a frente logo de veria como seria.

Dia da prova e toca a sair de casa à 6 da manhã para cerca de 1 hora e 45 de viagem até à partida na companhia do Dave. Viagem tranquila, em cenários rurais com longas rectas e que passou num instante.

Nesse dia estavam previstos 30 e poucos graus e muita humidade pelo que a hidratação seria algo fundamental. Esta prova seria composta de 4 voltas de 8 km num percurso de trail (sempre corrível mas em constante sobe e desce) e que tinha 2 subidas duras em cada volta.

Depois da partida das provas de 6, 12 e 24 horas iríamos ser nós a arrancar. Sabia que havia 1 atleta que ia lá para rebentar com aquilo e logo se pôs de parte a ideia de alguém tentar ir com ele. Depois haveria o Neil e o Dave, onde já tínhamos protagonizado um duelo interessante em 2014 na Horror Hill trail run e que eu acabei por ganhar. Além disso iria estar também o Justin que costuma andar ao ritmo do Dave e companhia.
Yeah! Correr 32 km sem preparação! O que pode correr mal?
Assim que se dá a partida tive de decidir ou ia naquele grupo (que estava bem mais preparado para a prova que eu) ou  iria fazer a grande maioria da prova sozinho. E qual foi a escolha? Claro que vou atrás deles. Como pode isso ser uma má opção?

Como esperado ficou o nosso grupinho isolado com 2 atletas à frente que partiram logo muito forte. Até aos 4 kms fui sempre no fim do grupo a tentar estar o mais relaxado possível, nunca forçando nas descidas por via que nas subidas recuperava alguma distância perdida a descer.

No abastecimento dos 4 km fiz uma paragem mais rápido que os outros atletas para beber alguma coisa e fiquei na frente do grupo sempre à espera que alguns dos outros 3 colegas viesse para a frente marcar o ritmo. Tal acabou só por acontecer na entrada para o meta numa ligeira descida.

Depois de apanhar mais um bocado de abastecimento na meta fiquei novamente à frente do grupo e lá fomos os 4 sempre juntinhos para mais uma volta. Aqui não houve nada de especial a acrescentar apenas que o calor ia apertando cada vez mais.

Ao fim da segunda volta fui apanhar um gel pois anteriormente já me tinha dado bem com aquilo. Só que isso tinha sido em 2014 e não sabia se o meu corpo iria reagir muito bem a isso. Bom, logo se via como isso corria, mas a verdade é que a minha barriga começou logo a fazer barulhos não muito tempo depois de ingerir o gel.

No fim da terceira volta estávamos apenas eu, o Dave e o Neil e lá fui eu novamente buscar mais um gel e no caminho acabei por mandar um pontapé numa tenda que por sorte não me fez cair nem a desmanchou toda.

Até à entrada para a 4ª volta estava quase tudo a correr bem: pernas soltas mas um pouco pesadas e estava a conseguir seguir no ritmos do Dave e Neil. O único senão era a minha barriga que dava cada vez mais sinal que alguma coisa não estava muito bem. Mas já só faltavam 8 km e isso faz-se num instante certo?

Não, não faz. Passei mal, muito mal mesmo entre os 26 e 28 km. Houvesse uma merceria no meio da prova tinha ido lá direitinho, mas não havia e à custa de muito poder da mente lá meti na cabeça que já estava mesmo quase a acabar a prova. Neste altura já o Dave e o Neil tinham ido embora pois tive de reduzir um pouco o ritmo para poder chegar ao fim da prova. Qual não é a minha surpresa quando ainda antes do último abastecimento torno a apanhar o Neil que por sinal já vinha em perda também.

Seguimos juntos e passado um pouco apareceu o Justin que fez uma bruta recuperação. O Neil aproveitou a boleia e seguiu com ele eu deixei-me ficar um pouco mais atrás.
Socorro que isto nunca mais acaba!
E eventualmente acabei por chegar à meta no 6º lugar da geral e em 1º do escalão. Depois aí é que foram elas, passei mal da barriga o que me obrigou a estar a repousar umas 2 horas só à espera que o estômago deixasse de andar aos saltos. Acho que a minha cara de sofrimento é bem visível aqui.
E esta cara de sofrimento?
Valeu a pena? Sim, a corrida era porreira tudo corrível e no final ainda deu para lembrar mais uma lembrança para casa. Fica para recordação que não devo fazer este tipo de aventuras sem o mínimo de preparação. Não correu assim tão mal quanto isso, mas nunca se sabe da próxima vez.

E pronto foi uma boa maneira de terminar a época!

Bom treinos e melhores corridas! :)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dirty... Parte I

Bom já cá não punha os pés há imenso tempo. E porquê? Bem uma lesão estúpida (não sei como apareceu nem como acabou por ir embora) deitou por terra toda a temporada numa altura em que me sentia extremanente bem e a fazer treinos de qualidade.

Foram quase 2 meses parado até ao início de Maio e basicamente daí para a frente limitei-me a fazer treinos de corrida contínua a ritmo confortável para ir ganhando confiança e para não ficar uma bolinha. Uma vez por outra lá ia dar um salto à pista para fazer de pacemaker ao Rodrigo e sempre dava para apertar um bocadinho mais em termos de velocidade.

A ideia seria só andar nesta vida até ao fim da época, mas depois vim dar um salto ao Canadá e bem lá comecei a procurar uma prova para fazer.

É engraçado que mesmo passado dois anos de ter cá estado muita gente me reconhece quando vou a fazer voltas mais longas e fazem mesmo questão de parar o treino (ou o carro) para vir falar comigo.

Mas quanto às provas: depois de indagar o pessoal aqui da zona vi que a minha única possibilidade era fazer a Dirty Dash que já tinha feito na última vez que cá estive.

Ora quando uma pessoa não tem carro tem de arranjar maneira de dar a volta ao problema... só que o problema é que autocarros também não havia. Solução? Correr de casa até ao início da prova e esperar que este super aquecimento não deixe muitas marcas durante a prova.

Depois de galgar os cerca de 8 km até à prova com algumas subidas puxadinhas foi tempo de dizer alguns "olás" aos meus conhecidos e ir para a meta, pois tinha feito as contas para chegar com cerca de 5 minutos de avanço para o início da prova.

Partida dada e rapidamente um atleta se coloca no 1º lugar e logo vi que não ia ter pernas para o acompanhar pelo que o deixei ir. À medida que vamos progredindo na prova o terreno em constante sobe e desce em terra batida ou relva apresenta alguns obstáculos extra, nomeadamente passar 2 vezes um rio

Sabendo da minha aptidão naturalmente para a transposição de obstáculos tentei descolar o máximo possível do 3º classificado ganhando uma vantagem de cerca de 50 m. Mas veio a primeira travessia e logo o senti a colar-se a mim. Novo esticão e mais um pouco de vantagem ganha e aquando da 2ª passagem pelo rio, onde é preciso passar por cima de um tronco, essa vantagem foi toda ao ar novamente.
Final da 1ª volta (Foto de Julie Schmidt)
Terminada a primeira volta mantinha-me em 2º lugar e tentei novamente forçar o andamento porque sabia que da maneira como estava a perder tempo nas transposições da água mais cedo ou mais tarde ia ficar para trás. Acabou por ser mais tarde do que mais cedo: na 2ª travessia da 2ª volta fui ultrapassado ainda dentro do rio e quando saí já tinha uns 30 metros para recuperar.

Ainda recuperei um pouco a desvantagem na última subida final mas insuficiente para chegar ao 2º lugar.

Como estava folgado de tempo antes de atravessar a meta tirei os ténis e o relógio, Porquê? Bem é só ver abaixo...
A chegar à meta (Foto de Julie Schmidt)
E pronto no final deu um 3º lugar da geral, tal como em 2014, numa prova onde não me senti muito confortável (cansaço ou provamente falta de pernas para ritmos altos).

Mas foi giro e deu para rever gente amiga!

Mas pera... se o título diz "Parte I" qual é a II? Vai sair dentro em breve ;)

terça-feira, 8 de março de 2016

Trilhos do Javali Nocturno

Isto de fazer provas de trail em que o desnível total da mesma é superior ao que faço numa semana de treinos não augura nada de bom certo? Bem já lá vamos.

Antes de mais um pequeno enquadramento, esta época devido à impossibilidade de fazer séries em pista optei por apostar um pouco mais que o costume em provas de trail, se bem que continuarei a fazer provas de estrada pontualmente.

Os treinos têm andado a correr bem e tenho-me sentido bem nos mesmos, o que é o mais importante.

Ora no sábado fui até Setúbal para fazer a 1ª edição nocturna dos Trilhos do Javali. No programa eram 15.5 km com desnível acumulado de cerca de 650 m. Ora tendo em conta que isto é o que eu costumo ter de desnível no fim de uma semana de treinar sei que me podia arrepender da escolha algures a meio da prova.

Depois de uma partida simbólica foi altura de dar corda aos sapatos.


A primeira coisa que vi foi que a minha lanterna não servia para o pretendido. A luz era muito mais fraca que o resto da malta (possivelmente por estar metida na gaveta durante 3 meses...). Ora se a descer com luz durante já me custa devido à minha falta de jeito, com pouca iluminação ainda pior.

Nos primeiros kms ainda fui com o grupo da frente uma vez que eles iam iluminando o caminho à frente, mas com a passar do tempo começou a ser cada vez mais difícil de os acompanhar. Pelos 5 km, altura em que estava algures pelo top-20 da prova, formou-se um grupo onde nos restantes 10 km de prova raras foram as vezes em que não fui eu à frente a puxar.

Como resultado era sempre eu o primeiro a descobrir os paus e buracos mais complicados que apareciam. Como resultados num desses buracos dei a minha 1ª queda na prova, mas nada de preocupante e fui novamente buscar a frente do grupo.

Algures nos últimos 10 kms finais apareceram as verdadeiras paredes da prova. Aí não houve volta a dar, era subir como o Armando: um bocado correndo, um bocadinho andando. O que acabei por descobrir é que nesta subidas a maior parte da malta seguia exactamente aquilo que eu fazia: se eu andasse na subida eles andavam, se começasse a correr idem.

Algures pelo meio da serra (Foto de Runners Dream Moments)
E finalmente percebi porque motivo porque vejo tanto gente a queixar-se das unhas dos pés depois desta provas. Com tanta descida também eu acabei por ficar com os dedos dos pés todos negros.

Esta prova foi a 1ª prova de trail onde fui com ténis para o efeito: os Salomon Cross Speed 3. É completamente diferente fazer uma prova destas com ténis adaptados para o terreno ou não (já me chegou a experiência no Brasil). Muitas vez me permitiram não ir com o corpo ao chão. Um dia destes faço um review sobre estes meninos.
Parecia que estava um pouco de frio (Foto de Lebres do Sado)
Ainda antes de terminar a prova ainda tive direito a mais uma queda, desta vez mais complicada que a primeira. Num descida curta mas muito íngreme, um atleta cortou-me a curva e para não lhe bater tive de ir para onde não havia sítio decente onde meter os pés. Resultado: mergulho em direção ao chão mas sem consequências por demais.

Nos últimos 4 kms de prova tentei por várias vezes forçar o ritmo do grupo para me descolar deles. Só quando fiz 2 ou 3 simulações de andar e correr numa das últimas subidas é que consegui finalmente abrir espaço para me ir embora. No entanto não durou muito. Numa bifurcação as fitas do percurso eram confusam e acabei por seguir pelo caminho errado, levando comigo o resto do grupo. Cerca de 400 metros mais adiante é que nos avisaram que estávamos no caminho errado e tivemos de voltar atrás, onde desta agora estava eu na cauda do grupo.

Depois de recuperar novamente a dianteira do grupo seguimos pelo caminho certo e tornei a acelerar na descida, apesar de andar sempre receoso do sítio onde punha os pés.

Acabei por ficar com apenas mais um atleta que tentei fazer descolar nos últimos 400 metros de subida na direção da meta. Apesar de ganhar ligeiramente uns metros fui alcançado no últimos 50 metros e daí até à meta foi um sprint para chegar na frente, o que acabou por acontecer.

No final acabei a prova com 1:33:15, mas com cerca de 4:30 e 800 metros a mais que o previsto, o que me daria 23º da geral por oposição ao 31º. Mas não é por aí que vem mal ao mundo.

No final fica o que aprendi:

- calçado apropriado nestas provas faz toda a diferença.
- os treinos que tenho feito têm de ser re-adaptados. Apesar de me defender de modo decente nas subidas não posso ir treiná-las para as provas. É preciso encontrar um sítio onde tenha subidas longas para fazer durante os treinos ao contrário dos percurso de corta-mato que tenho andado a fazer. E não basta serem subidas longas, têm de ser muito inclinadas. Aprender o andamento neste tipo de terreno é meio caminho andado para as coisas correrem bem.
- o fartlek em corta-mato, tem dado resultado. Nas partes planas ou de sobe e desce pouco acentuado era onde conseguia mais facilmente ir buscar os da frente ou dar avanço para os que vinha atrás.
- a descidas têm de ser treinadas. Especialmente a posição do corpo e modo com as ataco. É impressionante o quão fácil é eu perder terreno quando estamos nestas partes das provas.

E pronto é continuar a treinar a aprender com as experiências. Para a semana há mais e mais dura!

Até lá, bons treinos e melhores corridas!

João

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Fim da Europa + 20 km de Cascais

Chegou tarde mas veio!

Com uma semana de atraso aí vem o resumo da minha participação no Grande Prémio Fim da Europa e aproveito e faço já a descrição dos 20 km de Cascais.

A corrida do Fim da Europa é provavelmente a minha prova favorita em Portugal pelo tipo de percurso e pela envolvente da mesma.

Depois de um aquecimento manhoso feito fui para a partida à espera do início. Partida dada e toca a subir serra acima. Não foi uma 1ª subida famosa, apesar de nos últimos tempos de ter andado a sentir bem as pernas não estavam a querer responder neste dia. É bem possível que a festança que houve no dia anterior com direito a pouco descanso possa ter condicionado alguma coisa.

Com base na resposta que estava a sentir, decidi "ouvir" as pernas e ir ao ritmo que elas me permitiam mas a tentar forçar. Se nas subidas não foi muito famoso, as transições para o plano correram melhor do que o esperado, algo que não é muito comum.
Subida inicial (Foto de AMMagazine)
A pior parte da prova foi, sem dúvida, a última subida antes de descer em direção ao Cabo da Roca. Penso que a diferença entre correr ou andar naquela zona era inexistente para mim naquela altura.

Depois de terminada a subida foi altura de dar corda aos sapatos e descer o mais rápido possível. Ainda deu para passar 2 atletas na descida antes de terminar a prova em 1:07:25 baixando cerca de 1 minuto em relação ao meu melhor tempo nesta prova e terminando como 13º sénior.
A meio da prova (Foto de AMMagazine)
Comparando os tempos, verifiquei que a melhoria de tempo foi toda feita na subida, uma vez que na descida fiz os mesmos parciais em cada km (mais segundo menos segundo). Considerando as coisas no global até que nem foi uma prova má.

Após a prova andei literalmente 4 dias com um andar novo, muito à custa da descida final da mesma. Ainda assim, fisicamente senti-me muito melhor em termos de andamento indicando que possivelmente cometi um erro de planificação para esta prova.

E com tudo isto, chegou domingo e os 20 km de Cascais, onde o objectivo era rolar à vontade para ritmo de 4:00.

Partida dada e seguimos em direção ao Guincho com imenso vento de frente. Nesta parte ainda dei várias vezes a malta que aproveitava a minha passagem para tentar colar em grupos mais à frente com menos vento contra.

Com ritmo certinho aos 10 km (40:50 de passagem por causa de um 1º km mais lento por ter arrancado lá de trás, sabia que depois da viragem iria ser mais tranquilo porque íamos ter o vento a favor. Assim foi. Após a viragem foi deixar as pernas irem à vontade e ajudar alguma malta que ia perdendo um pouco de ritmo.
Já perto da meta (Foto de Luís Clara Duarte)
No final um tempo de 1:20:12 dentro daquilo que estava previsto e planeado para este domingo.

E pronto agora é continuar a treinar para ver o que vem aí daqui por umas semanas.

Até à próxima, bons treinos e melhores corridas!